Nos últimos anos, a geração de eletricidade através dos ventos tem aumentado bastante em todo o mundo.
O principal motivo disso foi a crescente busca por implantar meios alternativos aos já consolidados métodos de obtenção, como: hidrelétricas, termelétricas, etc.
E diante de tantos benefícios dessa forma de geração, já estamos expandindo essa produção para o mar.
É ai que entra a energia eólica offshore.
Vem entender!
Posicionamento do Brasil na geração eólica
No último ano, conseguimos atingir a incrível marca de 14,71 GW de potência eólica instalada acumulada, sendo todo esse valor referente a parques eólicos onshore.
Isso coloca o Brasil na 8º posição do ranking mundial de países com maior capacidade eólica acumulada até 2018, elaborado pelo GWEC (Conselho Global de Energia Eólica).
Se observarmos o top 1 da classificação, por exemplo, percebemos que ainda temos muito o que melhorar para ficar no páreo da competitividade.
Supondo que conseguíssemos instalar todo o potencial estimado apontado pelo Atlas do Potencial Eólico Brasileiro — publicado pelo Centro de Referência para Energia Solar e Eólica (CRESESB/CEPEL) —, ficaremos somente com um total de 143 GW de capacidade instalada acumulada.
Então, para subir a nossa posição, será preciso tomar decisões de forma estratégica.
Há, por exemplo, a possibilidade de aprimorar a tecnologia dos equipamentos, a fim de obter uma melhor captação dos ventos, ou quem sabe investir na produção afastada da costa, como é o caso de muitos países que possuem um mercado eólico disputado.
Cenário atual no mundo da produção eólica
Analisando as nações que estão liderando o setor eólico, vemos que os investimentos estão acontecendo tanto no desenvolvimento de turbinas mais potentes, quanto na exploração de novas áreas para a produção.
Para se ter uma ideia, a China, que é líder do mercado eólico onshore, conseguiu também, no ano de 2018, ser o maior mercado de energia eólica offshore com base em novas instalações, atingindo a marca de 1,8 GW de capacidade produtiva instalada. Logo em seguida estavam Reino Unido e Alemanha.
O GWEC acredita que, se mantido o compromisso estatal, bem como a continuação dos projetos e investimentos, a Ásia poderá atingir a marca dos 5GW ou mais de instalações a cada ano.
Atualmente, o mercado mundial focado na produção afastada da costa, somam um total de 23 GW, mas de acordo com o relatório global do vento offshore — emitido pelo GWEC —, o setor tem potencial para crescer até 200 GW de capacidade até 2030.
Perspectivas do setor eólico offshore brasileiro
Até 2022, a primeira planta eólica offshore será implantada no Brasil.
A iniciativa é da Petrobras e o projeto ficará localizado no pólo de Guamaré, no estado do Rio Grande do Norte.
E de fato, o cenário é bem promissor.
De acordo com uma pesquisa realizada por membros do INPE — Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais —, o potencial eólico offshore na margem do país chega a 57 GW para áreas com até 10 km de afastamento da costa.
As regiões destacadas, por possuir uma alta magnitude de vento são: (i) margem de Sergipe e Alagoas, (ii) Rio Grande do Norte e Ceará e (iii) Rio grande do Sul e Santa Catarina.
Mas se considerarmos regiões afastadas em até 100 km, o potencial chega a 514 GW.
Portanto, é importante ver que já existem empresas dispostas a explorar tudo isso, unindo esforços não só para aprimorar os aerogeradores, como também para regulamentar o setor.
O que devo considerar antes de investir nesse setor?
Antes de apostar todas as suas fichas nesse mercado, é necessário ponderar os pontos que se seguem.
Qualidade dos ventos
Já se sabe que os ventos no Brasil são muito bons para a produção eólica. E ao longo da costa a situação não é diferente.
O potencial na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil é cerca de 12 vezes maior do que o encontrado na área continental do país.
Isso se dá principalmente pela uniformidade e qualidade dos ventos que encontramos por aqui.
Impactos socioambientais
Por aqui ainda falta um marco regulatório para esse setor.
Isso cria uma barreira com relação ao desenvolvimento de novos projetos, pois se faz necessário estudos com relação aos prejuízos/benefícios sociais e ambientais que serão ocasionados.
Entretanto, o IBAMA já está se preparando para o licenciamento ambiental desse setor, utilizando de conhecimentos de outros mercados que também fazem o uso de construções marítimas, como é o caso do petróleo.
Logística
É importante levar em consideração também as condições que serão necessárias para levar os equipamentos pro mar.
Isso porque as profundidades variam, e consequentemente, a forma de implantação dos equipamentos também.
Áreas de até 50m de profundidade, por exemplo, exigem uma complexidade inferior se comparado a áreas com até 200m.
Conclusão
Percebemos então, que o mercado de energia eólica offshore ainda está engatinhando se comparado com outras nações.
Os custos ainda são altos comparados a outros meios de produção de energia por fontes renováveis, como a solar ou até mesmo a eólica onshore.
Entretanto, a perspectiva é de que, com o aumento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento nessa área, os preços caiam e o mercado fique mais regulamentado com o passar do tempo.
Vale a pena continuar acompanhando as novidades do setor para conhecer as novas oportunidades que virão pela frente.
Mas e você, o que acha disso tudo? Quais são suas apostas para o futuro do Brasil no mercado offshore?
Não deixa de comentar aqui em baixo para que possamos trocar insights a respeito do assunto, e de visitar nosso blog para ler mais conteúdos relacionados à energia eólica.
Muito obrigado e bons ventos!